Expedição Oriente, aventura concluída com segurança

Expedição Oriente, aventura concluída com segurança

Eram três e meia da tarde de 10 de dezembro quando o veleiro Kat aportou em Itajaí (SC), completando a terceira volta ao mundo da família Schurmann. Diante do aplauso de centenas de pessoas, o imponente barco de 85 toneladas adentrou a marina sem qualquer dificuldade, graças à sua quilha hidráulica retrátil. Com notável facilidade, em poucos minutos o capitão Vilfredo Schurmann aproximou o veleiro do cais, em manobra perfeita assistida pelo motor bow thruster de acionamento hidráulico. Após dois anos e três meses de navegação ininterrupta, a vitoriosa tripulação retornava ao Brasil em segurança, concluindo com sucesso a histórica Expedição Oriente.
Confiança no mar

Com equipe variando de 8 a 12 tripulantes, a família Schurmann navegou 50.000 km, atravessou quatro oceanos e percorreu 50 localidades diferentes do planeta em 812 dias de expedição, fazendo do Kat a primeira embarcação brasileira a atracar no porto de Xangai, o maior do mundo.

Considerado o mais avançado veleiro já construído no País, o Kat se destaca por sua grande área vélica – que proporciona velocidade e performance –, pelos sistemas hidráulicos e eletrônicos de navegação de última geração e pela qualidade de seus recursos técnicos.
Projetado e desenvolvido por brasileiros, o Kat dispõe de equipamentos sustentáveis, como sistemas de geração de energia limpa por fontes eólica e solar, de dessalinização da água do mar por osmose reversa e de tratamento de resíduos, entre outras soluções inovadoras.

Força máxima
Se o projeto já parecia ideal, na prática o veleiro Kat superou todas as expectativas. “Ele navega bem e rápido, é muito estável, forte e seguro, com um cockpit que permite manobras de vela e de leme com excelente precisão”, orgulha-se o capitão.
Como líder global em soluções para movimento e controle do movimento, a Parker teve papel central no desempenho da embarcação, tendo fornecido suporte técnico para o projeto e mais de 1.000 itens instalados a bordo.
Na chegada a Itajaí, Vilfredo agradeceu o apoio dos fornecedores oficiais da expedição: “Quando se tem um projeto bem montado, com equipamentos de qualidade, isso nos dá total tranquilidade para navegar”, analisa. “Em nosso barco o sistema hidráulico é fundamental, já que todos os acionamentos são hidráulicos”, explica. “Agradecemos a Parker, que nos forneceu equipamentos de altíssimo desempenho e confiabilidade”, completa ele.
Prova de fogo
Vilfredo  relembra que, na passagem de Drake, na Antártica, o barco foi fenomenal, suportando ondas de cinco metros de altura que se chocavam contra o casco. “Também entre a Ilha Reunion e a África do Sul, com ventos fortes, corrente contrárias e ondas de seis metros, o veleiro subia e, no vácuo, caía provocando estremecimento em toda sua estrutura de aço”, conta. “Naqueles dois momentos comprovamos que tínhamos uma embarcação segura para grandes travessias”, afirmou.
Primeiro imediato da expedição e responsável pela manutenção da sala de máquinas, Wilhelm Schurmann destaca que o sistema hidráulico surpreendeu na travessia do continente gelado. “Sabemos que o óleo pode sofrer com as baixas temperaturas, mas não tivemos nenhum problema nesse sentido”, conta. Ele relata que os acionamentos hidráulicos facilitaram sobremaneira o trabalho na embarcação. Sem a catraca hidráulica seria muito difícil, por exemplo, manejar a vela de 30 metros de altura e 150 quilos ou suspender o bote manualmente todas as noites, rotina cumprida com um simples apertar de botão.
Um dos recursos mais festejados pela tripulação foi a quilha retrátil de 14 toneladas que, quando elevada, reduz o calado de 5,20 para 2,20 metros, possibilitando a navegação em rios e outros pontos que seriam inacessíveis sem recolhê-la. Wilhelm não imaginava que poderia passar até mesmo onde barcos menores não entram. “Esses sistemas foram de um desempenho espetacular, fizeram a diferença e contribuíram decisivamente para o sucesso da nossa expedição”, enfatiza ele.
O poder da filtração
A perfeita filtração do combustível e do óleo hidráulico é essencial para a segurança da navegação. Por isso o veleiro Kat foi equipado com sistema de filtração de combustível por coalescência, semelhante ao utilizado na aviação, formado por um pré-filtro e três filtros separadores de água Parker Racor lado a lado, dotados de medidor de vazão e sensor de nível.
Para o tratamento do óleo hidráulico, foram empregados filtros de 10 microns, que garantem até 30 mil milhas de navegação sem necessidade de troca. “Mesmo após dois anos de expedição os filtros estão como novos; isso nos traz segurança, pois nem sempre obtemos diesel de qualidade durante uma viagem longa como essa”, relata Wilhelm.
Segundo ele, o dessalinizador Watermaker LT foi um dos equipamentos mais acionados do veleiro Kat, tendo funcionado praticamente sem parar durante toda a viagem. “Estávamos com o tanque de água potável sempre cheio; faz uma diferença incrível poder lavar os equipamentos de mergulho sempre que necessário”, afirma. O dessalinizador ainda foi usado para combater a falta de água no Pacífico (veja quadro).
Novidades a seguir
Concluída a aventura, agora a mais recente volta ao mundo da Família Schurmann será transformada em uma série  a ser exibida pelo canal National Geographic. As fotos e histórias dessa experiência inesquecível também serão compartilhadas com o lançamento de livros e exposições sobre a Expedição Oriente. Em 2017, a embarcação navegará pela costa brasileira, durante eventos corporativos coordenados pela Família Schurmann.
Wilhelm confirma que já existem planos para uma nova expedição, ainda não anunciada. Por ora, sabe-se apenas que o superveleiro Kat certamente não ficará parado.
Números da travessia
• 812 dias de navegação
• 50.000 km percorridos
• 5 continentes visitados
• 4 oceanos atravessados
• 50 etapas | 29 países
• + de 1.000 itens Parker instalados no veleiro Kat
Fonte: Parker Brasil